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Uma verdadeira azáfama ocupa os últimos dias de preparação do FoH. Nas instalações da URBANOS e TAP quase duas toneladas de material estão prontas a embarcar a bordo da aeronave que as transportará até solo Africano.
Equanto esperamos passo a palavra ao Comandante Pedro Gaivão.
Um pouco sobre mim.
Nasci em África a meio do século 20. A minha Mãe conta que debaixo de uma grande trovoada e á luz das velas...
Durante a minha infância em Moçambique, a luz faltava com frequencia o que era aproveitado por nós para brincar ás escondidas e adiar os TPCs para o dia seguinte... portanto, posso dizer que cresci livre e com muito espaço. Fui escoteiro, acampei, sonhei e conheci lugares inexplorados e exóticos É fácil habituarmo-nos ás coisas boas e também é normal termos saudades dos bons tempos vividos.
África fica-nos no sangue, os seus cheiros, as suas cores, os seus espaços e quando com 18 anos comecei a voar na FAP, foi com natural prazer que me adaptei á nova prespectiva de poder admirar os montes, os rios, as casas enfim os espaços, partilhando a liberdade e o 2º Balcão com os pássaros. Depois, este enebriante prazer foi também complementado com autenticas aguarelas africanas, tal a beleza das paisagens Moçambicanas e eu percebi que estava contaminado para sempre. Já não me era possivel apagar da memória tão belas e diferentes cores, formas, tons e mesmo cheiros das terras Africanas. Voar, além de modo de vida, passou a ser uma terapia e apesar da passagem dos anos, esta minha dependencia continua bem viva.
A possibilidade de juntar o prazer de voar com a missão de ajudar, surgiu com a oportunidade de participar nas Voltas Aéreas em Moçambique e países limitrofes. Abraçei imediatamente a ideia e sinto-me muito feliz e previlegiado por poder contribuir para uma tão nobre causa com a minha experiência e o pouco que sei.
Pedro Gaivão
Cte. da TAP
Airbus A330 3 A340
Lisboa, 27-05-2012